25/09/2020

Após 17 anos, restaurante no Centro Histórico fecha as portas e faz bazar para se desfazer de objetos

Ahora, na Rua Demétrio Ribeiro, funcionava em sistema de bufê desde 2003

Estabelecimento funcionava na Rua Demétrio Ribeiro | Foto: Isis Assenato/Arquivo Pessoal

Mal dava para pagar as contas o lucro do Restaurante Ahora nos últimos meses. Localizado na Rua Demétrio Ribeiro, o bufê que atendia, principalmente, a funcionários de órgãos públicos, comércio e serviços do entorno, viu o número de almoços vendidos cair de 100, em média, para menos de 20 por dia nos últimos meses. Diante da crise, as sócias resolveram encerrar as atividades depois de 17 anos no Centro Histórico. 

 —  A coisa já não vinha muito bem, porque janeiro e fevereiro são meses mais fracos. Aí em março, quando ia voltar, entrou a pandemia. A gente refletiu e entendeu que, para nós, não valia a pena investir mais  —  conta Isis Assenato, 59 anos. 

Bancária aposentada, Isis tocava o local ao lado da ex-colega Cristine Chiaradia. Desde o começo das atividades, as duas optaram por um sistema simples: bufê com comida caseira, por peso ou livre, servido apenas ao meio-dia. 

Com a chegada da pandemia de coronavírus, tentaram migrar o atendimento para um serviço de entrega de quentinhas na vizinhança. A baixa procura, no entanto, ajudou a cimentar uma decisão que já vinha sendo discutida pela dupla. 

Após encerrar as atividades, nesta semana, elas postaram o anúncio na página Vizinhos do Centro Histórico no Facebook. Na mensagem, agradeceram o carinho dos clientes e deixaram telefones para contato.

O fim definitivo dos almoços inaugurou um bazar temporário no local. Para se desfazer das centenas de itens do estabelecimento antes de entregar o imóvel alugado, Isis e Cristine vão receber interessados a partir desta quinta-feira (24), das 10h às 16h. A ideia é manter o atendimento também às sextas e sábados até conseguir vender a maior parte dos itens. Haverá produtos como talheres, potes, bacias, cumbucas, richoux (recipiente para manter a comida aquecida) e até ventilador. Os preços devem partir de R$ 2. 

 —  Foi uma decisão tomada aos poucos. A gente vai descansar, mas em compensação, fica meio chateada — conta Isis.

Por: Bruna Vargas | Fonte: GZH